Direção

A direção é uma das funções da administração que se relaciona com todas as atividades da organização e envolve a interação entre gestores e seus subordinados. Dirigir é um grande desafio, pois trata de unir esforços individuais para um propósito comum e harmonizar situações conflitantes, principalmente no que se refere à relação entre objetivos e interesses individuais e os objetivos e interesses da organização.
Essa função trabalha essencialmente com pessoas, buscando entender suas necessidades, de que forma motivá-las, liderá-las, além de proporcionar condições de trabalho que as deixem satisfeitas e engajadas.

Para complementar a ideia, Sobral e Peci (2008, p. 199-200) definem que:

“A direção é a função da administração responsável pela articulação da ação dos indivíduos no contexto organizacional. Ao contrário das outras funções da administração […], a direção é um processo interpessoal e está relacionada com a administração das relações entre os membros organizacionais e a organização”.

A base para a direção de pessoas nas organizações é o comportamento organizacional, que busca compreender como as pessoas se comportam, observando suas atitudes, percepções, personalidade, aprendizagem e comportamento em grupo. A abordagem comportamental deu um novo rumo às teorias organizacionais, enfatizando as pessoas e a o que as motiva.

Um dos principais autores da teoria comportamental é Douglas McGregor. Ele desenvolveu a Teoria X e a Teoria Y. A Teoria X trata da natureza humana, onde as pessoas são preguiçosas, evitam o trabalho é não assumem responsabilidades. Nesse caso, os gestores tendem a dirigir de forma rígida e autocrática. Já a Teoria Y diz que as pessoas se satisfazem com o trabalho, são criativas, altamente competentes e responsáveis. Nesse caso, os gestores tendem a dirigir de forma participativa e a auxiliam no desenvolvimento de seus subordinados.

Os gestores, de modo geral, precisam entender o comportamento individual dos trabalhadores para aumentar os resultados obtidos com eles. Para isso, buscam compreender suas atitudes no trabalho, a personalidade, ou seja, características psicológicas individuais que diferenciam uns dos outros, a percepção do ambiente e a forma como aprendem.

Quando falamos de comportamento em grupo, não podemos afirmar que é a simples soma de comportamentos individuais. O comportamento em grupo é compreendido de outra forma. Existem grupos formais e informais. Os grupos formais são formados em torno de tarefas específicas para buscar objetivos específicos, havendo distribuição de autoridade e responsabilidade. Já os grupos informais surgem do convívio social, das amizades, afetos e interesses.

Ao buscar compreender os comportamentos individuais ou grupais, o fator da motivação é muito relevante. O que motiva uma pessoa, ou um grupo de pessoas, a desempenhar seu trabalho, a fazer o que faz?

Para Sobral e Peci (2008, p. 207):

“No âmbito organizacional, a motivação pode ser definida como a predisposição individual para exercer esforços que busquem o alcance de metas organizacionais, condicionada pela capacidade desses esforços satisfazerem, simultaneamente, alguma necessidade individual”.

A motivação é responsável por compatibilizar os objetivos individuais com os organizacionais e é uma das tarefas mais complexas para um administrador. Para obter êxito na motivação dos subordinados, é preciso ser um líder eficaz. A liderança é definida como “o processo social de dirigir e influenciar o comportamento dos membros da organização, levando-os à realização de determinados objetivos”. (SOBRAL e PECI, 2008, p. 216).

A liderança está intrinsecamente relacionada com a função de direção. Não há como dirigir sem saber mover uma equipe rumo ao que se quer alcançar, de forma que se consiga motivar e comprometer todos. É importante salientar que, liderança está relacionada a um comportamento, às atitudes, e não a um cargo. Não existe cargo de líder, existe cargo que exige liderança. Nem todo líder é chefe, e nem todo chefe é líder.

REFERÊNCIA

SOBRAL, Filipe; PECI, Alketa. Administração: teoria e prática no contexto brasileiro. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008.

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